quarta-feira, 27 de maio de 2009

R11 Peças da vida

Nem sempre sabemos onde vai dar...
Caminhos da vida são assim. Nem sempre podemos saber onde vai dar. Por vezes parece que estamos em um caminho seguro e sem problemas e de repente, um acidente.

Mas como diz o pensamento comum, são coisas da vida. Uma delas é por vezes estar na beira do rio da vida, sem saber que caminho seguir e ver, ora essa, um brilhante que vem rolando devagar mal e mal ficando junto da margem. E rápido nós o pegamos.
Quem diria, o rio da vida nos deu um brilhante. Olhamos, nos extasiamos com o brilho e por uma das artes desta mesma vida, ele escorrega dos nossos dedos e cai na água, desta vez, azar dos azares, cai margem abaixo. Quem vai desprezar um brilhante?

E pulamos no rio procurando aquela pedra, de brilho tão lindo, que foi água adentro e quem sabe rio abaixo. E agora?

Agora é nos contentarmos com o brilho da lágrima que desce pelo rosto. Ela também brilha como o pequeno diamante que se foi e aí nesse sentir ficamos na dúvida.

Foi o diamante que se foi ou quem chora que partiu nesse rio? Coisas da vida. Rio da vida. Coisas e risos, lágrimas e sorrisos.

Na verdade o rio apenas faz parte do teatro da vida. Não seguimos seu curso, apenas seguimos o roteiro da peça. Até a última página.
Que ela seja linda com quem nos dá a mão para levantar, com quem nos dá amor.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

D08 A vida tem dessas coisas

Coisas da vida...
Este pequeno texto tem uma finalidade. Desculpar-me com os amigos leitores que aqui comparecem vez ou outra para uma leitura.

Estive impossibilitado de escrever nestes dias em que minha mãe esteve hospitalizada, mas mesmo com problemas retomo a partir de amanhã alguns temas da vida.


Nos últimos dias, inquieto em salas de espera, presenciei cenas, vi pessoas e coisas que dariam textos, mas tempo e descanso quase desapareceram, a não ser em raros momentos.
Mais uma vez obrigado aos amigos que por aqui passaram e amanhã refazemos algumas reflexões.

Um grande abraço a todos.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

R10 O aprendizado

Amor e dor...

Aprendi com a mulher que amo que o amor tem muitos sabores. Sabor de corpo e alma. E nossos corpos tem muitos. A alma também. Sabor até mesmo das incertezas e das dores que a vida põe em nosso caminho. Aí é amor com dor, mas amor do mesmo jeito.

Aprendi isso numa tarde em que estávamos juntos, peles suadas, corpos cansados e felizes depois de fazer amor e então ouvi aos poucos, bem baixinho, o choro da minha amada, suave, mas carregado. Por si só, era um lamento que pedia para ser ouvido. Apertei-a num abraço carinhoso e nunca esqueço quando senti uma coisa.

O calor suave da lágrima que escorreu pelo seu rosto e caiu em meu braço. Eu então já tinha combinado que ia sair para fotografar uma manifestação. Esqueci tudo isso. Senti que era o momento de ficar alí, perguntar a ela o que era, ficar junto dela naquele momento e saber que dor lhe afligia a alma.

Todas as pessoas tem suas dores, todas as pessoas por vezes em certo dia do caminhar da vida, se vêem num labirinto de tantos problemas que a vida de súbito nos traz. E assim era com ela naquela tarde. A dor no coração veio naquele momento. Uma das coisas que nos consolam nessas horas em que a lágrima de uma tristeza desce, é estarmos junto da pessoa que nos ama e que amamos, então estamos nas mãos de quem nos socorre. Ela me contou a tristeza que lhe machucava os sentimentos, a vida, tudo. E eu aprendi a fazer esse amor com dor, esse momento indelével em que o amor que vivemos nos ensina alguma coisa a mais do amar.

Foi uma das tardes mais lindas que já passei, abraçando minha amada, confortando seu coração, fazendo todos os carinhos que tirei do sentimento, até que seu rosto se descontraiu, ela me abraçou e senti que a amparava.

Amor com dor, foi assim que aprendi que a vida por vezes nos mostra de uma forma que não esperamos, as formas e os sabores do amor além do que julgamos saber. Enquanto ela estava abraçada comigo, nunca lhe disse, mas fiquei de olhos úmidos também.

A vida tem me reservado dores e tristezas nesses tempos. Sei que um dia também vou chorar em seus braços e um dia vou lhe pedir o mesmo carinho, o mesmo socorro.

Amor é assim, sempre uma lição.