E vamos todos nós para mais uma viagem de festas de fim de ano. Natal no próximo fim de semana, Ano Novo no outro.
E vamos todos nós para mais uma viagem de festas de fim de ano. Natal no próximo fim de semana, Ano Novo no outro.
Depois de finalizar esse pequeno texto, saio para caminhar um pouco. Me surpreendo com os motoristas olhando. Caminhar na estrada, se por um lado tem um certo risco, por outro em certos momentos é divertido.
Caminhei hoje de tarde perto de uma floresta. Não é difícil se acostumar a um sol de verão, enquanto se vê a chuva chegando bem longe no horizonte. Me lembrando durante a caminhada de duas palavras "sol e aço" vou aos poucos refazendo meu corpo. O sol bate firme, mas o caminhar é seguro. Me surpreendo por ter me habituado assim tão rápido a isso.
Na última semana recebi um telefonema me avisando de que um primo meu havia morrido. Após uma longa enfermidade que lhe custou um sofrimento enorme, havia finalmente descansado. A família, que havia feito todo o possível por ele, tinha que confrontar essa perda e a dor.
Ao chegar encontrei sua esposa e seus filhos chorando em volta do caixão. Ao ver seu rosto dele agora em paz, tentei não me emocionar, mas logo vieram as lágrimas. Abracei todos e junto com eles chorei também. Ao mesmo tempo, em seu rosto vi que toda a dor que o marcara havia desaparecido. Exatamente como vi no rosto de minha mãe em seu enterro, o rosto contraído e carregado de dor dera lugar a um rosto plácido. A vida se fora, mas nenhuma dor mais existira no momento final. Esse é o rosto dos que morrem em paz, confortados pelo amor da família em volta.
No aspecto da religião cada um tem sua posição. Alguns vivem como crentes fiéis, uma parte considerável vive em dúvida silenciosa e uma parte menor ainda vive descrente. Estou nessa minoria, a dos descrentes, mais comumente chamados de ateus. Mas nem por isso deixo de acompanhar as religiões. Vez ou outra entro numa igreja. Agrada-me ver em certos momentos a delicadeza da liturgia. Em algumas datas, vejo a procissão de fiéis passando contritos. Em outros dias, mais animado, entro em igrejas evangélicas para ver as pregações furiosas do pastor, ameaçando a todos com o inferno, que ele descreve em cores vivas, aos berros, enquanto que em certas igrejas, o pastor é mais calmo e fala em salvação. Mas no fundo essa fé me parece tão frágil quanto um castelo de cartas.
Foi o que pude acompanhar na noite de ontem, em um dos programas da noite em que o locutor, um padre chamado Paulinho recebia ligaçõe, para orar pedindo a intercessão de Jesus, Maria e demais santos em nome de quem ligasse para ele com algum problema de saúde ou coisa parecida. Sucediam-se as ligações com pedidos que iam desde pedidos de cura de uma artrite até um bom encaminhamento do pedido de emprego.
Fiquei imaginando a dor da pobre mulher, que quase chorando conseguiu ainda contar da sua aflição e esperava ser segura e salva por essa divindade. E tudo o que pude ouvir alí, me levou a imaginar uma figura triste, que estendeu sua mão para a salvação, deu um passo esperançoso e caiu num abismo.
O filme se chama "Adivinhe quem vem para jantar". Tendo reencontrado um dos grandes sucessos do cinema da década de 60, que assisti no século passado (bem, metade do planeta pode dizer isso) tratei de levá-lo para casa para rever um dos melhores filmes já feitos, que mistura um ótimo elenco, romance, comédia e reexame de relações raciais, que em 1967, ano em que foi feito, foi um filme justamente premiado pela mensagem de respeito e tolerância que levou para o público americano e para o mundo. Mas esquecido da cena inicial, que havia visto aos 12 anos num pequeno cinema do interior paulista, é que me dei conta de como o mundo era perfeito. O filme começa com a aproximação de um avião a jato. Enquanto ele se aproxima soltando uma quantidade de fuligem proibida nos dias de hoje, a câmera passa para um plano alto e aí a trilha sonora, lindamente cantada, começa. Aí, de forma inevitável e cativante comecei a relembrar das coisas que vivíamos então, num mundo perfeito.
O avião, um Boeing 707, com imensas 4 turbinas, grandes consumidoras de querosene e que na época despejavam toda a poluição possível, fora o rugido também proibido nos dias de hoje, é de uma época em que os combustíveis eram baratos, a poluição de hoje era só um assunto desconhecido, aquecimento global era uma coisa nem sonhada e por um instante todos nós nos sentíamos americanos dentro daquele avião, com todo o luxo possível, não brasileiros comendo pipoca dentro de um cinema.
A trilha sonora no estilo de Ray Conniff, claro era apreciada, se bem que essa trilha é um caso à parte, é linda mesmo de se ouvir abraçado com a mulher amada. Na época, ser elegante e fino e aparentar um certo conhecimento do estilo de vida nas grandes cidades era ter o último disco de Ray Conniff. Quem tinha aparelho de som, coisa rara na época, corria para a discoteca (naquele tempo, discoteca era para vender discos mesmo) A MPB era chata demais por isso só uns 3 ou 4 na cidade ouviam. No caso tínhamos a vitrola monofônica de 78, 45 e 33 rotações por minuto. Bom mesmo era o som estereofônico dos aparelhos High-Fidelity ou os chamados Hi-Fi, que aprendíamos a pronunciar para não dar furo na frente das meninas : rái-fái. De novo, tudo vinha da genialidade dos americanos. E lá íamos nós nos bailinhos de jovens inocentes de tudo, dançando de mãos dadas e corpos separados, sob o olhar vigilante dos pais e mães no que era chamado de "brincadeira dançante".
Os carros que víamos no filme, claro, deixavam todos nós nos perguntando que tipo de tesouro a América tinha encontrado afinal? Estávamos acostumados a andar de Volkswagen, o usual da época. Naquele tempo, 4 entre 5 donos de carro tinham um. Ou então o velho Jeep, Rural Willys e coisas assim. Vez por outra, algum parente mais rico de algum conhecido vinha da capital no seu Impala importado, e ficávamos de olho naquela lataria reluzente. Nos filmes da época, quase todos os carros como táxis, viaturas de polícia, carros do vizinho ou do protagonista do filme, eram o lindo e imbatível Ford Galaxie. Por dentro e por fora, nos mostrava o que era ser americano. Luxuoso e bem acabado, uma lataria super reforçada, pára-choques de aço capazes de derrubar um muro e com o consumo em inacreditáveis 3 quilômetros por litro. De gasolina azul, é claro. Mas na época, comprar gasolina era como comprar água mineral hoje.
Terminado o filme, íamos para casa certos de que víviamos no mundo mais perfeito possível. Naquela época, o mundo era dividido somente em bloco capitalista e bloco comunista. Por sorte tínhamos nascido na parte capitalista, ou melhor dizendo, americana. A civilização estava em volta de todos, mesmo que incipiente.
Em casa, antes de dormir, íamos escovar os dentes. E todos nós, com um sabor de vida americana na boca, fazíamos isso usando a pasta dental Kolynos. Ou Colgate. Podia ter coisa mais americana do que essa? Não tínhamos carros de luxo e nem aviões, mas pelo menos a pasta de dentes estava lá. Ou que outra coisa poderia fazer com que nos sentíssemos a um passo de começar a falar inglês no próximo momento, como se de repente nos tornássemos parte da vida que tínhamos visto no filme? 
Há coisa de umas duas semanas atrás meu coração descompassou de tal forma que por alguns dias, acreditei, de forma resignada, que não iria muito longe nesta vida. Depois de ter cuidado da minha mãe em seus últimos meses, o coração foi tão exigido nas dores de tal situação, que não me admirava que viesse eu a terminar a vida em breve, estando daquele jeito. Avisei a mulher que amo que talvez não a visse mais. Já duvidava que teria chance para isso. Ela tratou de espantar esses pensamentos do meu coração.
Foi então que vi, caminhando feliz, uma menininha, com sua silhueta do outro lado do caminho fazendo contraste com o verde da floresta ao longe e banhada pelo brilho do sol poente. Algumas pessoas também caminhavam aproveitando a tarde, mas prestei especial atenção na figura da menininha. Sua imagem era a presença viva do que podemos chamar de ternura e delicadeza. O sol se refletia entre seus cabelos soltos e ela caminhava brincando com as folhagens do caminho.
Ao mesmo tempo prestava atenção na figura da menininha, que era a expressão da ternura e da delicadeza. Me lembrei das folhagens com sua fragilidade também com o brilho do sol se refletindo em seu meio, enquanto estavam seguras pela força do tronco. A força do sol e do aço, as folhagens e os troncos, a delicadeza da figura e dos cabelos da menininha. Pareceu-me que também alí a vida me mostrava com tudo aquilo, que deve existir um equilíbrio entre força e ternura, entre a decisão e o caminho.
Fui voltando vendo o sol desaparecendo no horizonte e cheguei em casa recebendo seus últimos raios. Pouco depois ele se pôs. Alí na noite que começava, me preparei para viver dias assim, com a força do aço e ao mesmo tempo, tendo aprendido que devo saber carregar no coração a ternura por esses momentos.
Vi mais firmemente as coisas assim hoje, que vivo dia após dia. E foi mesmo por ter me sentido mal esses dias todos. Se bem que espero viver uma vida longa ainda, me parece por vezes, que pelas coisas que passei nos últimos tempos, é provável que minha saúde não me deixe ir muito longe. Meu coração foi exigido demais. Não é improvável que eu venha a ter problemas com ele. Acho que serão os últimos problemas que terei, se isso acontecer. Ao mesmo tempo meditando sobre tudo isso, me senti cercado de uma tranquilidade que desconhecia, como o passageiro de um trem, que depois de apreciar a paisagem numa viagem e ainda querendo ver mais sabe que deverá descer numa estação próxima.
Bem, por enquanto devo ter ganho mais algum tempo. Sabe-se lá quanto. Olhei para meus livros, companheiros de longa data e fiquei feliz pelas histórias do mundo que me deram. Fui até a sala, onde meu bom amigo, um cachorro que já se acredita dono de pelo menos metade dela, se levantou e veio pedir um afago. Fui com ele até o quintal.
Com a lembrança das estrelas na mente, me veio o desejo de que a mulher que amo estivesse aqui. Gostaria de estar com ela para o amor, de lhe fazer todos os carinhos, de sussurrar em seu ouvido palavras de carinho, de vê-la quase pegando no sono e cobrir seu corpo com a manta como já fiz tantas vezes e aí beijar seu rostinho e embalar seu sono. Seria perfeito.
Existe no sentimento do ser humano a necessidade de ser amparado e curado, seja como for. Como não poderia deixar de ser, esse sentimento passou para as figuras relatadas como milagrosas na história das religiões. No religião cristã não poderia ser diferente e é, acima de tudo, um sentimento que todo ser humano tem. Não importa se a cura vem de um milagre ou de um bom tratamento médico.
Fica uma coisa interessante por perguntar, mas ninguém pergunta na hora porque estraga a alegria do milagre. O pregador Daniel foi capaz de curar uma mulher com AIDS e essa mulher que deveria estender sua graça a outras pessoas simplesmente desaparece. Deveria ter se tornado a maior pregadora do Jesus que a curou, uma verdadeira missionária da fé com seu exemplo e com sua história, arrebanhando mais fiéis para essa causa. Mas no entanto, na semelhança de uma pessoa que apenas melhorou de uma dor de cabeça tomando uma aspirina, apenas sai caminhando e passeando por aí. O médico que a tudo assistiu deveria reportar tal caso em congressos de medicina, pois estará alí com certeza a possibilidade de salvar milhares de vidas mundo afora. Mas não. O médico apenas fecha sua maleta e retira-se sem maiores comentários. O pregador Daniel apenas relata o milagre. Não sabemos quem foi curado, quem era o médico, nenhuma testemunha existe.
Em todo caso, é interessante ouvir tais programas. Fim de noite. Enquanto escrevo essas linhas fico pensando se o pregador Daniel teria feito algum milagre para socorrer um conhecido padre da rádio Canção Nova. O padre Léo, um dos mais conhecidos pregadores católicos, que também sempre falava de curas, testemunhos e milagres, morreu de câncer. Para ele o milagre não chegou a tempo. Nem o milagreiro.
Um espírito com a aparência de um velho sábio surgiu no altar e com a voz calma e ao mesmo tempo imponente respondeu:O viajante pensou mais um pouco e perguntou novamente:
- E existe algo que dure mais do que o diamante?
E o oráculo novamente respondeu:
- Sim...É o amor entre um homem e uma mulher.
E em sua busca pela sabedoria, mais uma vez o viajante perguntou:
- E diga-me Mestre...Porventura existe algo neste mundo que dure mais do que o amor entre um homem e uma mulher?
O espírito com a voz calma, como a dos grandes iluminados respondeu:
- Sim...Existe...
Admirado, o peregrino perguntou novamente:
- E o que existe neste mundo Mestre, que dure mais do que o amor entre um homem e uma mulher?
E a voz do espírito veio rouca, revelando o segredo:
- É a pensão alimentícia...
Links a verificar:
Stephany Brito consegue pensão de 140 mil reais
Sátira do site Kibeloco
Pensão de Stephany Brito é revogada
Hoje depois de escutar outra vez um padre falando sobre curas e milagres peguei novamente a Bíblia para ler. Foi uma leitura como essa há coisa de uns 20 anos que me fez ter a certeza de que o Deus nela retratado não existe. Se bem que essa é uma conclusão amadurecida no íntimo das pessoas. Mas só mesmo lendo o verdadeiro livro de horrores que é a Bíblia para dar o passo final para o ateísmo. E depois dele, descobre-se que afinal não só existe vida fora da crença cristã, como também ficamos livres de dívidas eternas, pecados cometidos por Adão e Eva, infernos, purgatórios, dívida com Jesus e tudo o mais que os antigos sacerdotes judeus e cristãos inventaram há mais de 2.000 atrás com uma só finalidade: viver às custas dos outros. Qualquer crente apresenta duas reações quando isso é dito: irritação ou dúvida. Se ficar irritado é crente dos que aceitam tudo o que está escrito na Bíblia, como por exemplo assassinato, genocídio, racismo e roubo, cometidos em nome de Deus e por inspiração de Deus. Se ficar em dúvida, é crente do tipo que leu e não conseguiu acreditar naquilo, mas continua indo na igreja e ainda acompanha a procissão, mas com a sensação de que não quer ir até o fim da missa.

Um grande sucesso de audiência no mundo todo foi o filme "Os homens de preto" onde Tommy Lee Jones e Will Smith interpretavam dois divertidíssimos agentes de uma organização mundial, destinada a acolher e proteger no nosso planeta alienígenas amistosos em trânsito e a combater sem pena alienígenas perigosos.
Prosseguindo em pormenores e inclusive condenando o uso de preservativos, essa inocente capinha de borracha, para ele crime dos crimes, o padre fazia uma colorida descrição das formas em que um namoro deve ser santamente vivido.
Pecados de Guerra


Destaque para a interpretação do ex oficial Dale Dye, que realmente combateu no Vietnã, atuando como conselheiro militar do diretor e também em ponta como ator, no papel do oficial que tenta encobrir tudo com a transferência do soldado.

No final, como foi na realidade, tudo acaba sendo descoberto pela ação da imprensa. Ao mesmo tempo que pensamos em ir para a locadora, podemos saber das últimas notícias sobre a execução de 109 suspeitos nas ruas nos incidentes desta semana e pensamos sobre o quanto podemos estar seguros ou inseguros, se formos vistos como suspeitos por uma tropa armada e assustada nas ruas.
E de como seríamos considerados um pecado de guerra se fôssemos atingidos. Ou como dizia um dos soldados ao tentar evitar a denúncia, no filme ´...O que acontece na selva, fica na selva...´.
O que acontece nas ruas, fica nas ruas, é o que podemos depreender do comportamento do comandante da PM de São Paulo ao falar para a imprensa sobre os 109 mortos que...nenhum suspeito inocente foi morto...
Interessante. Se eram apenas suspeitos, porque foram mortos? E se eram suspeitos, eram suspeitos do quê? Então a polícia admite que apenas a simples suspeita basta para qualquer um nas ruas cair crivado de balas? Estamos vivendo assim o mesmo tempo de insegurança que viviam os cidadãos de países como a Guatemala, El Salvador e Nicarágua de Anastasio Somoza, onde a simples suspeita ou a falta da carteira de identidade levava um cidadão a ser executado porque suspeitavam dele.
Nada poderia ser pior para qualquer um do que ver, que na realidade, essa corporação policial só se preocupa em se defender e defender os que a defendem, sem maiores considerações que não uma espécie de irmandade tribal, excluindo totalmente o cidadão comum de seus cuidados e colocando na alça de mira de sua vingança qualquer um pelo simples fato de parecer...suspeito. Não é preciso ser culpado. Hoje realmente não estamos livres de sermos nos dias que correm, de sermos confundidos com suspeitos.
No entanto percebemos que a suspeição da polícia é extremamente seletiva. Não consta que tenham caído suspeitos que andavam pelos bairros nobres, de gente rica, poderosa e influente, como os Jardins, Morumbi ou Avenida Paulista. Onde mesmo que o passante lá seja suspeito, com certeza terá uma família que será capaz de dar o troco, seja por via judicial, política ou executiva.
Para que um tribunal? Para que um judiciário, um juiz, um promotor, um defensor ou um jurí, se o guarda da esquina pode decidir que você é suspeito e portanto apertar o gatilho...?
Links a verificar:
Guerra do Vietnã
Pecados de Guerra
Defensor comenta as mortes e fala de inocentes atingidos
Ontem, Dia dos Namorados. Estou só em casa. a mulher que amo, distante. Nós dois, por contingências da vida estamos ainda distantes, mas o amor floresce em nossos corações. E toda vez que podemos estar juntos, tudo o que sonhamos, vivemos, de corpo e alma.
Abro o guarda-roupa para pegar mais um agasalho e vejo a marca de baton que pedi a ela que deixasse no espelho. Está lá até hoje, como uma presença. Olho para alguns livros do meu lado na cama e me lembro da figura dela, deitada, quase pegando no sono, quando está aqui, depois que voltamos de um passeio, de um cinema. Me lembro de lençóis molhados de suor e amor das noites de verão e sinto saudades do calor de noites assim. Calor do tempo e calor do amor. 
Tenho aqui comigo um bom amigo. Usualmente as pessoas referem-se aos seus cães como donos. Fico a pensar se os cães não se portam da mesma forma ao conversarem com seus amigos caninos sobre seus auto-supostos donos, em seu idioma de latidos.
Mas o dia em que ri mesmo foi quando ele entrou num pasto com uma boiada e latiu corajoso para todos os bois. Os bichos deixaram de comer capim e vieram em peso para cima dele. Até hoje rio ao lembrar de quando vi o olhar desconcertado que ele me lançou, assustado com a manada que vinha para cima dele. Abri o arame farpado e ele dizendo obrigado com o olhar pôs-se a latir valente do lado de fora do pasto. Foi aí que não tive mais dúvidas. Ele era mesmo um príncipe valente, á sua moda, é claro. A boiada veio mansa, acostumada a seguir os latidos do cachorro da fazenda. Mas ele que viu aquilo pela primeira vez, correu o quanto pôde. Para disfarçar, andou pelo resto do caminho todo altivo, como se a boiada é que tivesse corrido dele.