quinta-feira, 17 de maio de 2012

R51 O tempo não para

Como na música...
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Saiu hoje a notícia da morte de uma cantora americana. Lamentei a morte e lembrando dela comecei a recordar muita coisa do passado. Uma delas é como vamos aprendendo a ver que, como dizia uma canção, o tempo não para.   
Leva tempo para ver isso e uma das coisas que vemos é como o tempo não poupa ninguém. Homens e mulheres veem o dito cujo passar implacável e levar com ele muita coisa nossa.
Ao longo dos anos começamos a notar no espelho que de forma incômoda começam a cair os cabelos. Nem todo mundo passa por isso, só a maioria do homens. Alguns amigos meus mais precavidos e para poupar tempo talvez, já trataram de perder os cabelos pouquinho depois dos 20 anos. Eu pelo menos ainda uso o pente.
Com o tempo avançando, outras coisas começam a cair. A parte de baixo do queixo, a barriga que teima em sair por baixo da camisa e olhamos as fotos de 30 anos atrás e nem acreditamos que tínhamos aquela barriga retinha. O pior é que outras coisas que deveriam ficar em pé começam a cair também nos momentos mais inesperados.
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Vemos aquela moça linda que era nossa paixão secreta também de 30 anos atrás e que íamos olhar na praça a noite. E hoje olhamos para ela e não acreditamos no que vemos. Como ela conseguiu ficar desse tamanho?
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Ficamos mais virtuosos como dizia um escritor mas não porque ficamos bonzinhos. É que trocamos a leitura dos rótulos das garrafas de cerveja nas noitadas pela leitura das bulas de remédios antes de dormir. 
E depois começamos a ver aqueles fantásticos artistas de cinema de filmes maravilhosos que assistimos e que foram demais em peripécias, começamos a ver cantores maravilhosos que embalaram nossas mais quentes e divertidas noites e onde vemos todos eles? 
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No noticiário que mostra nossos queridos artistas  sendo levados para o cemitério depois do velório onde foram lembrados pelos grandes filmes e pelas grandes músicas. Nós na platéia começamos a sentir que não estamos muito longe de vê-los novamente, só que não vai ser nesse mundo.
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E a vida prossegue com essas constatações. Saímos na rua e crianças muito sensíveis para o drama nos chamam de "tio". Apenas para não dizerem "ô vô, que horas são".
Por falar nisso, aquele cantor que cantava a música que dizia que o tempo não para, não sei se sabem, já morreu também. É, o tempo não para.
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Ô tempo cruel.
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