quarta-feira, 13 de abril de 2016

L 17 O Espírito Santo desanimado

Os fiéis foram embora...
Coisa das mais divertidas é olhar algumas igrejas evangélicas pela porta estando na calçada tomando um refrigerante. É tal a pregação dos pastores aos berros, enquanto os fiéis em estado de transe berram mais ainda supondo falarem em línguas acreditando que o mítico Espírito Santo baixou sobre eles, que a coisa fica mesmo interessante. E divertida ao mesmo tempo.

Recentemente ao longo dos últimos meses estive olhando três igrejas evangélicas vizinhas uma da outra, que em concorrência acirrada, apregoavam cada uma com a voz mais alta do que a outra, que seus milagres eram mais milagrosos e o Espírito Santo ali era mais poderoso.

Porém, ao mesmo tempo eu podia ver ou pelo menos suspeitar que a saúde das ditas igrejas não ia bem. Pelo menos a saúde financeira. Em uma delas, a Rosa de Saron, dava para ver a enorme pilha de carnês de pagamento de dízimos que se acumulavam na mesa da entrada, enquanto que os fiéis, ao mesmo tempo em que queriam pegar milagres, definitivamente não tinham vontade de pegar os carnês. Com a congregação diminuindo, o pastor não teve outra saída a não ser fechar a igreja, cujos fiéis não colaboravam com o Espírito Santo e foi pregar em outra freguesia.
Enfim, ali perto estava a Casa da Benção, cujos fiéis também, em meio às descidas do Espírito Santo, relatavam milagres impressionantes. Curas da Aids, de doenças terminais ou incuráveis eram relatadas, mas uma coisa interessante ocorria ao mesmo tempo. Naquela tenda dos milagres os fiéis também deixavam de contribuir com o dízimo, ao menos em quantidade suficiente para que o pastor pagasse o aluguel. Em pouco tempo fechou também.

Restou-me ir ver o movimento na igreja Restaurar, um pouco mais à frente, com equipamento de som potente, recursos áudio-visuais para Jesus nenhum botar defeito e os mesmo relatos de milagres, curas, libertações e tantas coisas impressionantes que eu custei a acreditar quando a vi com o nome na fachada pintado de preto e as portas fechadas, inequívoco sinal de que também ali o Espírito Santo igualmente não tivera por parte dos fiéis a mesma acolhida financeira de que necessita para manter a igreja aberta com o aluguel pago em dia.

Agora o prédio parece ter sido alugado por outra igreja, ainda em instalação.

Mas não deixa de ser interessante que esse espírito tão poderoso, ao qual os fiéis conferem a capacidade de fazer milagres em cascata seja incapaz de manter suas próprias igrejas abertas sem que os fiéis lhe façam o favor de pagar o aluguel.

Fazer os fiéis enfiarem a mão no bolso para pagarem o aluguel e o salário do pastor, esse sim parece ser um milagre muito além dos poderes do Espírito Santo.
Assim que a nova igreja terminar a instalação dos equipamentos de som, vou lá ver se o milagre do pagamento do dízimo acontece.

Vellker

quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

D43 Rio da vida

O rio da vida é assim...

Por vezes estamos na margem do rio da vida. E esse rio nos dá um diamante.

Admiramos sua beleza, seu brilho, tudo. Mas com o tempo vemos que não vamos saber o que fazer com ele.

O mais certo é, com todo carinho, devolver essa jóia a esse rio.
Com certeza ele o levará a outra pessoa em algum lugar.

Vellker

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

L16 O Moisés moderno é esperto

Esperto é apelido, é ladino que só ele....
Realmente é por demais interessante, quando não divertido ouvir as pregações dos pastores e também dos padres dos dias de hoje, alguns que já se tornaram milionários e outros que persistem em programas de meia hora nas rádios, tudo o que a igreja deles pode comprar.
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Mas todos apregoam milagres acontecidos em suas igrejas, mas tantos milagres, em tal quantidade e em especial curas milagrosas, que fica difícil acreditar que as pessoas ainda se matem para pagar planos de saúde, quando poderiam simplesmente entrarem para qualquer uma das igrejas que apregoam esses milagres e ter não só saúde garantida a vida toda, mas também riqueza, fartura e muito dinheiro, desde é claro, que paguem o dízimo. Sem isso não tem nem milagre e nem dinheiro.
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Ao contrário disso, as modernas imitações de Moisés se deliciam aterrorizando seus ouvintes contando a estória daquele fiel que abandonou a obra do deus da sua igreja, leia-se parou de pagar o dízimo e por conseguinte de encher os bolsos do pastor. Aí todas as desgraças possíveis caíram sobre ele. Já os que pagam o dízimo em dia, contribuindo para a riqueza do pastor, contam testemunhos de como até o ano passado eram pobres e hoje, coisa de um ano depois pagando o dízimo, já tem uma mansão, carro importado e acabam de abrir outra empresa e também falam que aumentaram a quantia que dão para a igreja. 
Em meio a tudo isso, aparecem os mais diversos pastores com campanhas como a dos 40 dias de jejum, 40 dias no deserto, na cova dos leões, caminhada do deserto, celeiro de José e coisas tais, onde ao final acontecerão milagres impressionantes, sendo que o primeiro milagre é que os fiéis aumentam as contribuições para o dízimo, para conseguirem mais graças divinas. É mais ou menos assim, o fiel dá 100 reais para a igreja e será, com certeza, abençoado com um milagre onde ganhará 1 milhão de reais. Aliás muitos pastores nem perdem tempo pedindo o que o fiel puder dar, pedem de 50 reais para cima.
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Alguns, como o autoproclamado bispo Edir Macedo já acreditam serem os modernos sucessores de Moisés, usando trajes de sacerdotes judeus, barba como Moisés e faltando só começar a falar em hebraico para seus fieis, que imediatamente começarão a comprar as apostilas santas da igreja para também falarem em hebraico.
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Apregoam a autoria de todo o tipo de milagres, de curas milagrosas a até mesmo fazerem surgir dinheiro sobre a mesa de um dos fieis, que testemunhou já estar apavorado com uma dívida, mas depois de ter ido até a igreja pagar mais um dízimo, ora essa, encontrou sobre a mesa em sua casa, os milhares de reais que precisava para pagar suas contas. Uma fiel da rede católica Canção Nova até contou que estava andando de moto e vendo o indicador do tanque de combustível quase vazio, rezou para Nossa Senhora e milagre, quando se preparava para entrar no posto, o tanque milagrosamente tinha sido enchido por Nossa Senhora, que agora sem dúvida intercede junto a Deus por milagres mecânicos. É a salvação dos motoristas das grandes cidades. Basta rezarem com fé e até o pneu furado se encherá sozinho. De enchente então nem precisam mais ter medo. Uma reza e pronto, o carro sairá flutuando tal como a arca de Noé.
Mas espertos e ladinos como são, esses modernos Moisés sabem que tudo é ilusão e para manterem a aura de milagrosos sem se exporem a um rotundo fracasso, que já devorou a igreja e a fortuna de outros colegas seus pouco cautelosos, com o descrédito e a perda de tudo, se limitam a apenas anunciarem milagres, sem nenhuma comprovação deles. Os testemunhos nos palcos são apenas cuidadosas encenações, A maior parte das curas milagrosas é de fieis que passaram meses no hospital ou dias na UTI e depois de curados pelos médicos, tem suas curas apresentadas como obra do prestígio do pastor junto a Deus. Médicos, hospital, UTI, dezenas de remédios e operações são apenas um detalhe sem importância. Quando não ocorre cura nenhuma, dizem apenas que o tempo de Deus não é o mesmo dos fiéis, mas mesmo assim o dízimo é exigido.       
 
Mas nenhum, absolutamente nenhum dos padres e pastores milagrosos, teve no último ano a coragem de dizer, que tal como um moderno Moisés traria, com a benção de Deus, a água da chuva para seus fiéis sedentos e em estado de aflição, com a seca que fustiga metade do Brasil. Na Bíblia, no livro de Números no capítulo 20, é contado como Moisés bateu o cajado numa rocha no deserto e dalí fez jorrar água em abundância tal que se tornou um rio e salvou seus seguidores de morrerem de sede. Fora isso Moisés deveria ter batido em outra pedra para que dalí saísse um guia de estradas, para não ter passado 40 anos no deserto sem acertar o caminho.
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Eu mesmo me converteria ao mais ardoroso dos fiéis se um desses padres ou pastores, salvando dezenas de milhões de fiéis das calamidades da seca, fizesse chover usando seu prestígio junto a Deus e deixasse os reservatórios de água cheios. No entanto nenhum deles se atreve a fazer isso. Sabem que com o fracasso de uma temeridade como essa, sua credibilidade, sua igreja e sua fortuna seriam perdidas na hora ao serem abandonados pelos fiéis e só tocam no assunto em rezas e alguns pastores e padres mais cautelosos nem isso fazem. Sabem que alguns dos seus fiéis lhes perguntariam porquê, se eles fazem tantos milagres, porque nãos ajudam a todos fazendo chover? Para essa pergunta, não tem milagre que dê alguma resposta.
Assim o que vemos é a massa de milhões de fiéis que vão até a igreja, pagam seus dízimos, deixam os pastores e padres mais ricos, veem e ouvem a habitual e diária procissão de fiéis contando como tiveram a graça de um milagre depois de pagarem o dízimo do mês ou melhor ainda, depois de pagarem todos os dízimos atrasados, mas nenhum deles conta que teve o milagre de pagar o dízimo e ver a caixa de água de sua casa e suas torneiras até vazando água em milagre semelhante ao de Moisés.
Milhões de fiéis realmente pensam e se perguntam. Pagaram o dízimo, foram bons com sua igreja, será que o pastor ou Deus não poderia ter pena deles e fazer que das suas torneiras saísse um verdadeiro rio, enquanto que suas caixas de água seriam transformadas em verdadeiras represas? Mas nada disso, ao contrário. Persiste a maior e mais pavorosa seca que já viram e o prognóstico é sombrio. Enquanto isso, longe de sua habitual confiança na exibição diária de milagres, os padres e pastores nem tocam no assunto, porque sabem que fatalmente algum fiel lhes perguntará isso. Se o padre ou pastor é tão milagroso, o que espera para me salvar da seca? Para evitar essa pergunta, os modernos sucessores de Moisés silenciam completamente.
Persistem no entanto os milagres diários da multiplicação dos reais. Padres e pastores aboletam-se confortáveis em milionárias mansões, construídas ao abrigo da montanha de dinheiro dada por seus fiéis, onde sobram o luxo, o dinheiro e a água que para os fiéis escasseiam e rareiam todo dia.
Sem contar que depois do culto, o fiel chega em casa e mais uma vez abre a torneira de onde uma parca e mísera gota de água cai de má vontade.
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O pior de tudo é que faltou água durante o culto também, quando o fiel, depois de pagar o dízimo e cantar o tempo todo, ao ir matar a sede, também encontrou na torneira da igreja a mesma parca e mísera gota de água, que caiu na pia de má vontade, bem ao contrário do dinheiro dele, que alegre e feliz caiu de boa vontade na carteira do pastor.
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Vellker

segunda-feira, 21 de abril de 2014

D42 As lindas atrizes que namorei

Namorei três mulheres lindas. E eram todas de Hollywood...
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Parece difícil acreditar, mas namorei três lindas atrizes de Hollywood, nas décadas de 70 e 80. Bem, tecnicamente é um namoro, se bem que elas não estivessem a par do caso.
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Na época eu era tímido demais para começar um namoro, então meio que parecido com um personagem dos filmes de Woody Allen, eu namorava nos devaneios, daqueles que a gente tem quando está parado em algum lugar ou meio dormindo e meio acordado.
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Como na Internet podemos ver as figuras do passado e do presente, fui ver como estavam as minhas namoradas daqueles tempos.
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Cindy Williams foi a primeira dessas namoradas. Quando a vi no filme American Grafitti, na hora caí de amores por ela. Embalou meus sonhos um tempão. Eu até sonhava que tinha um carrão daqueles também.
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A segunda atriz que namorei foi Lisa Eilbacher. Que linda. Apareceu no filme Um Tira da Pesada. Impossível não se apaixonar por uma beleza daquelas.
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A terceira que namorei foi Nancy Allen, linda de tudo e que apareceu no filme Robocop, suave e graciosa. Caí apaixonado.
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Aí aproveitei e fui ver como estavam minhas lindas namoradas  nos dias de hoje. Antes não tivesse olhado. Como o tempo é cruel.
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É certo que o tempo é um mestre em fazer com que os vinhos fiquem divinamente melhores com o passar dos anos, mas no caso dessas mulheres lindas, o tempo erra feio.
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Parece mais um aprendiz de escultor que se meteu a reesculpir uma obra prima angelical e errou feio. Talvez o tempo não seja cruel, talvez seja apenas desastrado.
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De qualquer forma ele deveria apenas cuidar do envelhecimento de vinhos, já essas lindas mulheres ele deveria deixar intocadas.
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São coisas da vida. Vou guardar a lembrança das minhas lindas namoradas no pensamento daquele tempo.
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Vellker

sexta-feira, 11 de abril de 2014

D41 A bela natureza

E eu fiquei tão embevecido...
Ontem testemunhei uma dessas ocasionais visões de como a natureza é bela. Já morei em cidades grandes onde a única visão que eu tinha da Lua, era uma ou outra ocasional aparição dela, entre as nuvens de chuva durante a noite ou meio embaçada pela poluição mesmo. Estrelas então, só se via umas duas ou três mais teimosas. Passarinhos, poucos, por sorte e olhe lá.
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Pois ontem tive o privilégio de chegar na cozinha e contemplar uma das belezas da natureza. Um passarinho tinha voado até o pratinho onde eu havia comido bolachas e feliz da vida, bicava os pedacinhos das bolachas.
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Já estava eu todo embevecido com o espetáculo, quando o passarinho me viu e voou rápido porta afora. Mas ao fazer isso, deixou uma bela gosma de despedida no meu prato. Ora essa, a natureza não é tão perfeita assim. Que passarinho mal educado, ingrato.
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Pensei no primeiro momento em comprar um estilingue, mas depois me acalmei. Afinal, sabe-se lá se isso não é uma forma do bichinho dizer que gostou da comida. Seja lá como for, hoje ele voltou, se perdeu voando pela sala e depois achou a saída. mas deixou tudo limpo.
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Já é uma grande coisa.
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Vellker


domingo, 9 de março de 2014

A01 Divas inesquecíveis

Natalie Wood...
Certas mulheres que passarm por este mundo nunca serão esquecidas. Natalie Wood é uma delas.
Estrela de grandes filmes das décadas de 50 e 60, tinha uma beleza inacreditável.
Mulheres assim deixam mesmo uma lembrança eterna. 

Vellker

sábado, 2 de novembro de 2013

R52 Aos poucos tudo renasce

A vida retorna num pequeno ramo...

Voltei há algum tempo atrás para a floresta que tanto amo, que já havia sido derrubada pela metade. Depois da chuva da manhã fui lá para ver o que havia restado dos lugares onde eu tinha passado tantas vezes, antigas trilhas entre as árvores que eu ainda conseguia seguir de lembrança.
Caminhei entre os troncos caídos, sentindo o cheiro da terra molhada. Ao fundo via a parte da floresta ainda intocada, mas já com tempo certo para o corte. Nos troncos caídos, foram-se lembranças de passagens da vida, de pessoas, de sentimentos, de tanta coisa.

Mais forte ainda era a lembrança do perfume das árvores nas caminhadas quando a noite já estava caindo.

Na primeira vez que vi essa floresta derrubada há muito tempo atrás, senti uma tristeza profunda. Mas depois soube que tudo ali era cortado depois de alguns anos de plantio. Aos poucos fui vendo como cresciam novamente e durante esse tempo todo tanta coisa da minha vida cresceu e floresceu junto.

Mas a vida é assim mesmo. Veio o corte e fui olhar o que havia restado. Fotografei tudo para guardar de lembrança e ao mesmo tempo fui vendo nos dias que se seguiram como pequenos ramos começam a brotar dos troncos cortados.

Na volta, ao passar por um caminho bem distante para ver uma árvore que sempre deu floradas lindas, não pude deixar de sentir tristeza. Também havia sido cortada, mesmo não sendo da floresta.
Mas no tronco ainda úmido de chuva, também já surgia um pequeno ramo. Vai demorar um bom tempo, mas vou rever as flores que ela dá, me sentar sob sua sombra, aproveitar seu perfume e depois caminhar para a floresta novamente. 

Demora, mas a vida refloresce.


Vellker