sexta-feira, 3 de abril de 2009

R09 Do amor que vivemos

E eu pensava diferente...
Do amor que vivo, quantos sentimentos tenho, quantas idealizações fiz. Para mim parecia que o amor deveria ser como uma cena do filme "E o vento levou" onde Clark Gable beija Vivien Leigh num cenário deslumbrante, onde tudo é perfeito como num grande filme de Hollywood, um épico do cinema.

Nada disso. Descobri com a mulher que amo que o amor é assim, imperfeito como um dia em que vamos sair e chove. Que muitas vezes nos dá a mesma sensação de quando a fita do filme arrebenta e ficamos esperando o filme recomeçar. Ou de quando chegamos correndo para ver a sessão da noite e descobrimos que o filme saiu de cartaz ontem.
Descobri acima de tudo que mesmo com esses problemas, o amor me traz sentimentos que eu não conhecia antes. O de telefonar para ela pedindo que me perdoe pela última briga, onde é claro, meu gênio difícil é que pôs tudo a perder.
Ou a alegria de receber uma ligação dela quando achava que ela não ia ligar nunca mais. E a alegria de ouvir a voz dela toda feliz por receber a minha ligação. E vice-versa.
Mais ainda, a vida no dia a dia, tão imperfeita como os ensaios de um grande filme como esse que gostei tanto, com erros e acertos, mas gostosa de se viver a dois.
Ou o momento em que massageio seus pés com creme e a vejo quase dormindo com aquele carinho e no entanto, ocultas dentro de mim, as dores da vida me molham os olhos. Mas rápido me recomponho ao ver ela toda feliz. E fico feliz também, esquecido dessas dores.
E quando elas me pegam de jeito, lá está ela, com um sorriso que me cativa, com um olhar que não esqueço, me fazendo reviver novamente.
Sei que foi com ela que passei a sentir o amor assim, como um grande filme, onde algumas vezes escrevemos nossos roteiros e nossas falas e por vezes a vida nos dá isso, seja como for, gostemos ou não e mesmo assim a vida não mexe numa coisa, no nosso amor.
O que mais me dá saudade é sempre o olhar dela, eu diria que é um olhar que carrega uma alegria que por vezes me carrega junto, sentir seu perfume, seu abraço e acima de tudo poder me refugiar em seu coração, ser envolvido pelo seu sentimento.
Foi assim que descobri que o amor não precisa ser como um grande filme, uma dessas grandes produções de Hollywood.
Basta que seja acima de tudo amor como esse, que me traz saudade, que me deixe com os olhos úmidos como agora, que faça meu coração bater mais forte como agora e assim todo o roteiro da vida será perfeito.

Um comentário:

  1. Nossa!...e aqui revivo este cenário real das nossas vidas...e busco forças para que eu consiga esperar com calma a próxima vez que estaremos juntos a viver todas as coisas boas que a vida nos oferece... e entremeadas as ruins...que sabemos contornar...aprendemos...

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