terça-feira, 12 de janeiro de 2010

R20 A ponte e o rio

Caminhos... Um dia a vida me colocou na margem de um rio. Paisagem inesquecível, um rio bonito, margens rochosas, uma correnteza suave mas firme. Admirei aquela beleza até que notei um ponto brilhante bem onde a água batia na rocha. Era um diamante, uma das pedras mais bonitas que já vira em toda minha vida. Olhei aquela pedra de rara beleza e brilho fascinante.
Por vezes uma pedra assim exerce com a sua beleza um fascínio que paralisa quem a observa. Errei aí. Devia tê-la guardado para sempre comigo. As ondas do rio eram como as emoções da vida, ora marcantes, ora violentas. E na batida de uma dessas ondas vi aquela brilhante pedra ir-se rio abaixo. Naquele instante perdi aquela beleza.
Como ir atrás de tal beleza agora? Olhei a ponte, que me pareceu ao mesmo tempo plena de caminhos, mas incertos. Que visão teria do rio lá de cima? Olhei a correnteza e pensei que talvez seguindo rio abaixo, quem sabe se eu não acharia essa pedra preciosa novamente? Mas parece difícil, só um sonho.
E ao mesmo tempo pude perceber a graça da paisagem, a correnteza suave do rio, o som das ondas, toda a beleza do cenário em si que me deixou perplexo. Havia uma outra beleza que eu não havia notado. Havia também a dor da perda e ao mesmo tempo o desejo da procura do que eu sinto perdido. E nessa correnteza de emoções, até mesmo o pensamento de me deixar levar pelas ondas surgiu com uma beleza toda própria.

Olho para o rio e para a ponte e não sei que caminho tomar.

E ao mesmo tempo tenho os olhos úmidos. Coisas da vida.

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