domingo, 1 de fevereiro de 2009

D03 Os Biloguistas

Biloguistas, textos e a velha imprensa...

Recebi visita por esses dias do amigo Dark Nigth Hunter (http://domandreonline.blogspot.com/). Costumamos conversar sobre assuntos de religião em uma sala onde nos colocamos a arrepiar os cabelos de velhinhas beatas e tipos assim. Nada pessoal, mas algumas ovelhas do rebanho cristão primam por uma soberbia para a qual seu pastor, Jesus, deve realmente sentir vontade de colocá-las num espeto para fazer churrasco.

A propósito disso, lendo o comentário dele e também o artigo de Luis Nassif no Consultor Jurídico, é que se vê como a comunidade de biloguistas ajudou a mudar muita coisa. Desdenhados no começo pela mídia tradicional, hoje qualquer jornalista que se preza tem que ser biloguista. Nem sempre imparciais é claro. Ser partidário declarado é uma coisa, declarar-se imparcial para tentar torcer fatos nos miolos do leitor é ofício de muito jornalista hoje em dia.

O certo é que a mídia tradicional cada vez perde mais espaço para essa comunidade de leitores, que na essência são jornalistas também, assim como o eram os cidadãos americanos desde que proclamaram sua constituição. De certa forma, com o advento da Internet que permite a criação dessas redações virtuais, revivemos esse período, que no Brasil será mais traumático. Qualquer jornalista hoje, quando indagado sobre o período do regime militar entoa um cântico de condenação, tal qual qualquer outro perguntado sobre o assunto. Do regime militar, segundo eles nada útil ou decente resultou...a não ser é claro, a lei que esse mesmo execrando regime, segundo eles, editou e que exige diploma de jornalismo para exercer a função. Aí passam até a reverenciar a figura do general Costa e Silva, tal qual uma mamãe olha seu pimpolho recém nascido nos braços.

Na época a intenção do regime era fazer com que centenas de colunistas pelo Brasil afora, que escreviam muito bem contra a situação política da época, fossem banidos das redações. E conseguiram. Ficou essa lei absurda, já que os mesmos jornalistas que por aqui entoam hinos de louvor a países como os Eua, Europa e outros, que dizem ser o supra sumo da civilização e do 1o. mundo, calam-se miseravelmente batidos quando perguntamos porque não importamos desses países o civilizado e avançado costume de não exigir diploma de jornalista para exercer a profissão?

Exemplos como Dan Rather, Walther Cronkite e outros nos EUA, que nunca estiveram numa faculdade de jornalismo, mas se tornaram ícones da profissão e no Brasil tipos inesquecíveis como Nelson Rodrigues, Octávio Ribeiro e outros mostram que essa lei só continuou por interesse dos fabricantes de faculdades marretas e dos contemplados com concessões de rádio, televisão e jornais, que de posse da lei, transformam a maioria dos formados em jagunços eletrônicos.
Ou isso ou o desemprego. Pior de tudo é a desmoralização dos jornalistas em defenderem essa lei para depois irem trabalhar e baixar a cabeça para patrões que mal lêem uma revista de fofocas, mas sendo políticos e com amigos no congresso (é com letra minúscula mesmo) conseguem concessões para explorarem os meios de comunicação e aos jornalistas desse tipo, só resta a alternativa de dizerem em alto e bom som para o sujeito que não tem diploma nenhum, mas manda neles:

- Sim Sinhô...é prá já patrão, já escrevo tudo direitinho...

Mas no meio disso tudo surgiu a Internet, a comunidade de biloguistas, como relata Luis Nassif em seu artigo deu uma enorme contribuição no resultado das eleições e mais ainda, começa a mudar o cenário e o consenso sobre as mudanças nessa profissão, liberando sua entrada a todos que tenham talento nato para o jornalismo. Exemplo disso é o bilogue do meu amigo Dark, que assina seus desenhos como Dom André, que faço questão de destacar,
http://papeisavulsos.blog.terra.com.br (bilogue original) que é um misto de escritor, cartunista e cronista. Precisa mais? Sim, mudanças na lei, acabando com essa inútil exigência, que na verdade é só uma reserva de mercado e mais que isso, um cabresto na boca dos recém formados.

Ou escreve o que o patrão quer ou vai pastar.

Ou isso ou ser montado, que bela alternativa.

Links a verificar:
Luis Nassif comenta a imprensa
Bilogues crescem

Ps.: Publicado originalmente em 04.11.06. Adicionados os links novos.

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