sábado, 7 de fevereiro de 2009

R01 Os pregoeiros

Leitores e amigos na aldeia cibernética...

Na foto acima vemos um antigo pregoeiro do século passado em uma aldeia inglesa, dos idos de 1900. Um personagem querido, era o que chamava as pessoas da aldeia, tocando um pequeno sino e ao ver alguns cidadãos em volta dele, começava a ler escritos com as novidades. Editos, proclamas e notícias em geral eram dadas ao conhecimento dos aldeões.
Era uma figura querida de todos, que o ouviam com atenção. O pregoeiro daqueles tempos ia além do pregoeiro de leilões. Era o homem que trazia notícias para todos.
Meditando nesses dias, sobre esses bilogues de amigos daqui e de outras terras, percebi que de certa forma, nessa grande aldeia cibernética que o mundo se tornou, não somos diferentes do velho pregoeiro. Traz uma grande satisfação isso, poder partilhar com os amigos, idéias, conceitos e reflexões, enquanto eles fazem o mesmo. Apregoamos nossos pensamentos e ouvimos, por assim dizer, os pensamentos de amigos e de pessoas desconhecidas ainda. O que muitas vezes é gratificante. Em certos casos, até enxergamos o mundo de forma diferente com uma observação que lemos, que nos toca profundamente.
Os momentos em que as pessoas reúnem suas experiências do dia, da vida, seus pensamentos e observações em texto e depois, com esses escritos e imagens nos dão esses pensamentos é uma coisa que deve ser cultivada por todos nesses tempos modernos, em que o que antes era inimaginável, se tornou corriqueiro.
Penso nos tempos antigos em que o velho pregoeiro, andava pelos recantos da aldeia, pelos campos em volta, recolhendo novidades e notícias e depois, cansado, durante a noite, à luz de uma vela, fazia seus escritos e na manhã seguinte estava no centro da aldeia, a passar as notícias para todos. Na foto o que se destaca é o ar de espera incontida e alegria dos aldeões, para a leitura das novidades.
E hoje, com toda essas possibilidades que a tecnologia nos colocou na ponta dos dedos, de pesquisar recantos longínquos do planeta, alcançados em milésimos de segundo, de trocar idéias com amigos em outras partes do mundo, de fazer observações, colocar imagens junto e no outro dia ou melhor no próximo clique, colocar tudo isso à disposição dos amigos, ao mesmo tempo em que lemos as novidades que eles nos trazem, vai além de ser fascinante, é comovente.
Quase sempre vemos essa grande rodovia de informações, como chamaram há tempos a Internet, durante a noite. Podemos vê-la como uma grande via, com múltiplos caminhos, gente passando em fachos de luz, indo, voltando e ao longe os pequenos pontos brilhantes, esses pequenos textos, que nós, como pregoeiros desses novos tempos deixamos para amigos, para quem quiser ver, ao mesmo tempo em que mergulhamos também nessa profusão de palavras e imagens, concordando, discordando, mas acima de tudo nos comunicando, aprendendo mais da vida com essas palavras.
É lindo mesmo, mais que lindo, é comovente que vivamos esses novos tempos.
Republicação do texto original de 20.04.07

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