sábado, 10 de setembro de 2011

D23 Eu devia...

Parecia que ia ter uma programação normal...
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Sábado de noite. Chego em casa e ligo a televisão depois de voltar com o cachorro, que se deita na sala feliz da vida. Ele se considera proprietário dela. Tenho certeza que vai passar algum filme de ação ou pelo menos alguma comédia. Nada disso, parece dizer o personagem cantante da telinha. Aparece de novo, mais uma vez e depois de todos esses anos, Roberto Carlos. E como se fosse uma programação maquiavélicamente calculada de água com açúcar concentrado capaz de deixar qualquer diabético em coma na hora, ele está cantando em Jerusalém.
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Suas frases melosas sobre amor e mais amor e ainda por cima sobre Jesus Cristo são simplesmente apavorantes. Deve ser mesmo verdade que Roberto Carlos comprou a Rede Globo para uso pessoal. Ele aparece nela mais do que anúncio da Coca-Cola.
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Mudo de canal esperando que talvez encontre algum documentário sobre aventuras ou coisa do tipo National Geographic. Nada disso, também parece dizer o apresentador Brito Júnior que aparece na telinha prometendo momentos e revelações eletrizantes no modorrento reality show "A Fazenda". Na tal fazenda, duas mulheres conversam. Uma parece fazer força para aguentar as "revelações" da outra, que é uma loira com o corpo visivelmente esculpido com anabolizantes, mostrando mais musculatura nas pernas do que muito jogador de futebol. Ao invés de ficar sexy, fica parecendo uma criação de laboratório. Seu rosto é filmado em close-up e dá para acreditar que anabolizantes realmente tem hormônios masculinos. A pele do rosto dela parece tudo, menos pele feminina.
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Entram os anúncios. Pendurado em um barbante de esperança, espero para ver se ao menos vai passar o seriado "Heroes" que nada por nada tem bons truques digitais. Nada disso, também diz o outro personagem que aparece na telinha.
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Quem estiver assistindo televisão como eu vai ter que enfrentar o famigerado programa "Legendários" que não se sabe porque é chamado de humorístico, quando na verdade é um desfile de momentos constrangedores. Para descrever esse programa, basta pensar num presidente fazendo um discurso em rede nacional enquanto enfia o dedo no nariz.
Que a televisão brasileira anda ruim, todo mundo sabe, mas não se imagina tanta programação mais estragada do que maionese velha e em vários canais ao mesmo tempo. Deve ser por isto que o povo no Rio de Janeiro voltou a trocar tiros de novo. Por falta de programas decentes para assistir na televisão.
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Desisto e olho para alguns vídeos velhos que tenho na estante. Eu devia mesmo ter passado na vídeolocadora hoje.

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